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Nº inventário:
FMNF/ENT/000010(1)
Designação:
Título:
Locomotiva a Vapor: CP 855
Descrição:
No contexto da II Grande Guerra Mundial, a escassez de carvão e ao abrigo de um programa de substituição de material circulante, a CP necessitava de substituir parte do seu material circulante que dada a avançada idade do parque, levantava enormes problemas à tração de comboios de passageiros e mercadorias. Procurou-se material que utilizasse óleo combustível e que fosse resistente ao tipo de percursos praticados, unidades dos tipos padrões de guerra, considerados próprios para o nosso tráfego. A esta diligência juntou-se o Estado e a Companhia da Beira Alta, cujo material padecia das mesmas dificuldades. Sem hipótese de recorrer à indústria europeia para aquisição de novas locomotivas, foram encomendadas vinte e duas unidades à firma americana American Locomotive Company (ALCO) - 8 para a CP, 2 para a Beira Alta e 12 para o Estado. Chegaram a Portugal entre Junho e Agosto de 1945, a bordo de navios cargueiros nacionais como o Inhambane, São Tomé e Gaza, com a montagem a ser feita nas Oficinas Gerais da Companhia em Santa-Apolónia e no Barreiro. A CP 852 foi a primeira unidade a estar montada, a viagem experimental aconteceu a 30 junho 1944/45 entre Lisboa - Vila Franca de Xira e a primeira circulação oficial a 2 de julho de 1945, entre Lisboa e Entroncamento, com um comboio de mercadorias de 1.200 toneladas, atingindo a velocidade de 95 km/h. De linhas tipicamente americanas, inspiradas nas "locomotivas de guerra" norte-americanas, onde não faltava o cow catcher (pára vacas), a porta da caixa de fumo rebitada e um pavilhão à americana. Caraterizavam-se pela simplicidade de construção, tecnologia e funcionamento, mas ao mesmo tempo robustas e fiáveis. Foram utilizados processos tendentes a acelerar o seu processo de fabrico com a utilização de peças comuns a outros tipos de locomotivas, o que requeria menos mão-de-obra e reduzia substancialmente o tempo gasto no fabrico de cada locomotiva. Máquinas de simples expansão, com arranjo de rodados do tipo Mikado (2-8-2 - quatro rodados conjugados e dois rodados livres, um à frente e outro à retaguarda) especialmente aplicadas em comboios de mercadorias. Também era frequente vê-las à cabeça de outros tipos de comboios, nomeadamente de passageiros. Destoava do conjunto a volumetria do tender de dimensões mais reduzidas, distintas das locomotivas. Esta redução de comprimento foi a solução encontrada para caber nas placas giratórias existentes nas diversas estações em Portugal.
Origem:
Estados Unidos da América; Filadélfia

Produções:
American Locomotive Company (ALCO)

Cronologia:
Sem hipótese de recorrer à indústria europeia para a aquisição de novas locomotivas. Redução drástica das importações de carvão.; A CP em 1941/1942 modificara a fornalha de algumas locomotivas para a queima de óleos combustíveis viu-se obrigada a adaptá-las ao estado anterior devido à dificuldade de importação do combustível.

1944; Concluídas em 1944, com a assinatura de um contrato de compra de 22 locomotivas aos Estados Unidos da América do Norte, à firma American Locomotive Company (ALCO).; Trabalhos de montagem nas Oficinas de Lisboa, foram acompanhados pelo Engenheiro Vasco Viana da Divisão do Material e Tração.

01/06/1945; 01/08/1945; Quatorze unidades chegaram a Portugal, a bordo dos navios cargueiros nacionais Inhambane, S. Tomé e Gaza de entre outros navios portugueses. Outras unidades, no navio Amarante e outros.; Montagem nas Oficinas de Lisboa - Santa Apolónia e Barreiro.

1945; Sob orientação dos engenheiros Pedro de Brion, Magalhães Viana e Valentim Bravo.; Foram utilizados processos tendentes a acelerar o seu processo de fabrico com a utilização de peças comuns a outros tipos de locomotivas, o que requeria menos mão de obra e reduzia substancialmente o tempo gasto no fabrico de cada locomotiva.

1945; 851 a 858 - CP; BA 201 a BA 202 - Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta; CPss 1851 a CPss 1856 - Companhia dos Caminhos de Ferro do Estado Sul e Sueste; CP MD 2851 a CP MD 2856 - Caminhos de Ferro do Estado Minho e Douro.

1945-30-06; Foi a primeira unidade a estar montada. Trajeto entre Lisboa - Vila Franca de Xira.; Engenheiro Vasco Viana da Divisão do Material e Tração tripulou.

07/02/1945; A primeira circulação oficial a 2 de julho de 1945, entre Lisboa e Entroncamento, com um comboio de mercadorias de 1.200 toneladas, atingindo a velocidade de 95 km/h.

12/12/1949; Locomotiva 860 dotada do TIA. Doseador colocado no tender, adicionava à água um produto químico chamado complexo (mistura de reagentes) adaptado às caraterísticas médias do conjunto das águas a tratar recebidas no tender.; Compostos por produtos alcalinos, redutores, retardadores e tensio ativos que permitiam conservar por um período mais largo o bom estado das caldeiras.

Um comboio tranvia entre Barreiro e Setúbal. Também prestaram serviço entre Ermidas-sado e Sines.

1952

1958-30-06; Serviço neste depósito terminou quando foi concluída a eletrificação do troço entre Lisboa e o Entroncamento.

1960; Onde efetuaram comboios de mercadorias até Pampilhosa ou Gaia, partilhando esta tarefa com as 0200. Também encaminhavam os comboios especiais de mercadorias, especialmente durante a campanha dos adubos, entre Barreiro-Terra e Entroncamento.O trabalho das "850" começava na estação de Entroncamento onde substituíam as máquinas elétricas na tração de algumas mercadorias de marcha acelarada, destinados ao Norte do País.; Comboio nº 71 que circulava a junho de 1960

1960; Comboios especiais para transporte de cimento que se destinava à construção das barragens no rio Douro. O serviço das 850 iniciava-se geralmente na estação de Martingança e terminava em Vila Nova de Gaia.; Eletrificação da linha do Norte avançava e os serviços destas locomotivas no depósito do Entroncamento iam sendo cada vez menos relevantes.

1960; Explosão da caldeira quando a locomotiva atingiu a pendente.; As principais causas apontadas: inexperiência do maquinista e fogueiro, aliada a uma perigosidade acrecsida das caldeiras de aço.

1963-15-10; Catenária em Coimbra B e estação Pampilhosa. As elétricas afastaram as Mikado. Grande parte do efetivo do depósito do Entroncamento era quase desnecessário. Finais de 1963 percurso a sul Funcheira em substituição das espanholas.; No Entroncamento ficou um reduzido número para atender a alguns comboios de mercadorias na linha do leste, serviços de reserva e comboios de passageiros no Ramal de Tomar.

1964; Os comboios de minério foram de início os principais utilizadores das americanas. Também os comboios de mercadorias entre Barreiro e Funcheira, por via Sado, onde estava incluído o comboio Shangai (misto que circulava entre Setúbal e Funcheira, composição com duas carruagens uma de 1ª e outra de 3ª classe que iam à cauda de uma tranvia procedente de Barreiro até Setúbal).; Na linha do sul as 850 chegavam geralmente até Casa Branca e mesmo assim só em comboios suplementares.

1965-16-10

1968-15-02; Foi assinalado por uma parada ferroviária na estação do Setil.; Foram passadas para o sul de Portugal. Enviadas para a estação de Torre de Gadanha, onde foram abatidas.

1945; 1969; Ano de entrada ao serviço e ano de fim de serviço.

1969; As 850 foram parqueadas e demolidas, apenas a 855 sobreviveu.

01/08/1990; Intervenção a nível de limpeza e beneficiação de diversos órgãos: corpo cilindrico, caixa de fogo, caixa de fumo, tender, pavilhão (todo o equipamento de controlo e comando da locomotiva), fixe e rodados e conjugações.; Depois de 20 anos de inatividade.

Companhia de origem: Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (CP) / Caminhos de Ferro do Estado / Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta (BA). Número de unidades 22

Medidas:

Diâmetro\Cilindros: 533,00 Milímetro (mm) [Dimensão dos cilindros (diâmetro x curso): 553 x 711 mm]

Diâmetro\Rodas motoras: 1.524,00 Milímetro (mm)

Altura: 4,11 Metro (m) [Rodado ao topo da chaminé.]

Comprimento: 13,41 Metro (m) [Máximo. De tampão a tampão de choque.]

Localizações:
Georreferenciada; Latitude: 39.46419482 \ Longitude: -8.47445011

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